Quando iniciei a faculdade de pedagogia tinha a vontade de trabalhar com crianças, mas não sabia exatamente como seria. Ainda durante o primeiro semestre, ao selecionar escolas para encaminhar meu currículo me deparei com uma realidade que eu não imaginava existir! Uma escola bilíngue, onde todos falavam inglês com as crianças.

Logo consegui meu primeiro trabalho como assistente de classe nesta escola. A princípio fiquei com pena das crianças que “não entenderiam” nada que as educadoras falavam. Porém a cada dia que passava naquele ambiente me dava conta de que na verdade as crianças se sentiam muito a vontade com o idioma, mais até do que certos adultos após muitos anos de estudo.

Certo momento no percurso da minha carreira duvidei se de fato a educação bilíngue era a melhor escolha. Fui então conhecer a educação regular, e neste momento tive certeza de que uma educação de qualidade é o mais importante e que ser bilíngue não era indispensável, mas que só trazia benefícios, e muitos por sinal.

Quando tive meu primeiro filho pensei pela primeira vez como mãe: “qual será o tipo de educação que irei oferecer para meu filho?”. Durante a tentativa de responder esta questão tão complexa voltei a um antigo projeto, o de ter a minha própria escola.

Como mãe, decidi que queria oferecer aos meus filhos uma educação de muita qualidade, diferenciada, mas que tivesse o acolhimento de uma escola pequena. E então tive que decidir se a escola seria bilíngue ou não. Tudo que consegui pensar foi: “porque não seria?!”.

As crianças aprendem com facilidade, se desenvolvem bem e além de tudo aprendem inglês brincando. Com prazer e sem grandes esforços mentais como pode acontecer em idades mais avançadas. Em 11 anos me deparei com apenas um caso de criança que não se adaptou a essa proposta de imersão, independente da proposta da escola.

Depois desta reflexão a opção foi pela educação bilíngue, hoje tenho um filho de quase cinco e um de quase três, e estou muito tranquila e satisfeita com a escolha. Ambos encaram o segundo idioma de forma saudável e pacífica; já falam bastante (quando querem e não se sentem pressionados ou expostos), compreendem ambos os idiomas e o desenvolvimento afetivo, emocional, motor, cognitivo e social dos dois estão excelentes.

Para constar o aprendizado de dois idiomas antes da alfabetização não traz nenhum problema ou prejuízo para a criança. Tenho observado isso na prática não só na escola, mas também em casa.