A babá é uma conveniência que muitas famílias podem e precisam ter atualmente. Uma boa babá é aquela que respeita as regras impostas pela família, trata as crianças com carinho e respeito, fala sempre a verdade, e principalmente, é profissional.

Porém, ter essa ajuda em tempo integral, ou quase, pode levar aos pais a tomarem atitudes equivocadas como, por exemplo, delegarem toda e qualquer tarefa referente à criança para a babá. Acomodando-se com essa situação inclusive em dias livres como finais de semana. Essa atitude pode confundir a criança e até a própria babá sobre seu real papel na
família.

Uma boa solução é os pais assumirem as atividades de cuidado com a criança sempre que presentes. Para que desta forma a criança saiba quem é que é realmente responsável por ela, e que a babá está ali para ajudar e não substituir o pai ou a mãe.

Vera Ferrari Rego Barros, psicanalista e diretora do Serviço de Psiquiatria e Psicologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas em São Paulo, explica que enquanto o papel da babá é apenas manter uma rotina, os pais é que ficam responsáveis pelo desenvolvimento e a educação da criança. E se no fim do dia o bebê reluta em ir para o colo dos pais, esses devem mostrar-se pacientes, carinhosos e afetivos. “A resistência da criança não significa que ela não goste de você. Na verdade, é um jeito de queixar-se e reclamar da sua ausência”, diz Vera. No momento em que o bebê vê os pais chegarem, ele se lembra da hora em que partiram e sofre. Portanto, ao contrário do que se pensa, o choro pode ser, na verdade uma maneira do seu filho demonstrar o amor que sente.

Na opinião do pediatra Abelardo Bastos Pinto Jr., a babá pode ajudar em algumas circunstâncias que possam permitir também o lazer dos pais –uma festa ou um jantar em um restaurante, por exemplo. “Entretanto, delegar boa parte desse precioso tempo a elas pode provocar situações constrangedoras, como o fato de serem chamadas de mãe, pois estão desempenhando exatamente esse papel”.

“Os pais podem descobrir nessas ocasiões que seus filhos são verdadeiros desconhecidos e que perderam algo, muitas vezes, irrecuperável”, diz Míriam Silveira da SPSP (Sociedade de Pediatria de São Paulo).

Outro inconveniente é que a babá pode de fato intrometer-se na vida escolar do filho, já que os pais podem ser ausentes nesse aspecto também. Imagine o impacto disso na cabeça do seu filho, pois é a babá quem o alimenta, quem dá banho, quem o troca, quem põe para dormir, conta história, brinca, leva na escola, pergunta como foi seu dia, vê suas atividades, acompanha pela agenda, dá os remédios, etc. É ela quem cuida, educa e acompanha. Isso não é nada saudável!

O papel da babá precisa estar muito claro nesses lares. A babá é quem auxilia em momentos da rotina da criança; quem educa, acompanha o desenvolvimento e cuida são os pais!

Equipe My School