O nascimento dos dentes é um marco no desenvolvimento da criança, e costuma ser acompanhado de alguns sintomas e mudanças de comportamento. Geralmente, o bebê começa a babar mais e também sente dor. É nessa fase que as crianças colocam na boca objetos que encontram ao seu redor, na tentativa de aliviar o incômodo e a dor causados por esse processo. É nesse momento também, por volta dos 6 meses, que o bebê passa a ser alimentado com alimentos mais consistentes que, assim como os mordedores, ajudam a massagear a gengiva, aliviando a coceira e o incômodo.
Algumas crianças passam a morder, não de maneira hostil, mas como uma forma de melhorar o desconforto que sentem nesse momento. Uma dica válida para crianças mais velhas que ainda passam pela fase do nascimento dos dentes é dar alimentos mais duros, como maçã e cenoura inteiras, para estimular a mastigação ao mesmo tempo em que massageiam a gengiva.
Nessa fase algumas crianças apresentam febre e diarreia, que alguns médicos associam ao nascimento dos dentes. No entanto não há consenso de que esses sintomas e a dentição estejam relacionados. Por isso, segundo Plutzer e Keirse (2011), os pais não deveriam relacionar esses sintomas ao nascimento dos dentes, porque a administração de analgésicos para aliviar o desconforto pode esconder a presença de doenças mais sérias, como por exemplo uma otite.
Segundo esses autores, há poucos estudos sobre essa questão na área médica e odontológica. Além disso, é um assunto que geralmente é abordado com muitas dicas e sugestões de responsáveis por crianças pequenas, que não costumam levar em consideração a opinião de um especialista.
Por isso a primeira atitude a ser tomada quando sintomas como febre, diarreia e vômito aparecem é certificar-se de que não se trata de alguma doença mais grave. Para aliviar a dor que os pequenos sentem, nada melhor do que massagear a gengiva com o próprio dedo ou providenciar um mordedor gelado. Certifique-se também de que a criança esteja bem hidratada.
Se for necessário usar medicamentos, ministre na quantidade e horários certos. Além disso, mantenha um controle das dosagens, já que muitas vezes as crianças têm mais de um cuidador.
PLUTZER, Kamila, KEIRSE, Marc J.N.C.. Teething: A problem for children, parents and their doctors. Medicine Today, v. 12, n.12, p. 44-48, December 2011.